A realidade da contaminação pelo Coronavírus já se fez entendida. Número de casos crescendo exponencialmente, cidades em estado de alerta, sobrecarga dos sistemas de saúde, fechamento de fronteiras, quarentena, disparo do dólar, cancelamento de viagens e suspensão de atividades comerciais, tudo isso interligado por um só ponto: o Covid-19.
Para o setor de turismo, isso representou um colapso sem precedentes, seguido por um grande efeito cascata cujo final ainda é desconhecido.
Para esclarecer um pouco sobre esse contexto, a nossa equipe separou alguns tópicos importantes a serem discutidos, a partir de hoje, em nosso blog para entender esse grande fenômeno.
Coronavírus, Covid-19 e Wuhan: onde tudo começou.
Os coronavírus nada mais são do que uma família de vírus que podem causar doenças em animais ou humanos. Nos humanos, a mais recente doença causada por esse vírus é a Covid-19, doença infecciosa, com grande capacidade de propagação e letal para determinados grupos de pessoas.
Os primeiros sinais de surto da doença começaram na cidade de Wuhan, na China, em novembro de 2019 e desde então têm se espalhado pelo mundo de forma rápida e devastadora – não só em termos de saúde pública. Como consequência da pandemia, instituições públicas e privadas se viram obrigadas a tomar medidas de prevenção, como fechamento de fronteiras e cancelamento de voos, a fim de proteger a população do contágio pelo vírus.
Cancelamentos e reagendamentos de voos internacionais e nacionais
Se você é uma das pessoas que tem ou tinha uma viagem agendada para os próximos meses, saiba que o setor aéreo foi o primeiro a tomar medidas de prevenção à propagação do Covid-19.
O cancelamento ou reagendamento de voos nacionais e internacionais foram – e ainda são – imprescindíveis num momento onde a contaminação pelo vírus está acontecendo de maneira incrivelmente rápida.
Assumindo que o consumidor não é obrigado a expor sua saúde a riscos viajando ou indo a eventos onde poderá contrair o coronavírus, cada companhia aérea, orientadas pelo Procon, adotou um sistema de negociação com o objetivo de manter seus passageiros seguros da pandemia dando alternativas como: postergar viagens ou restituir valores já pagos, entre outras possibilidades.
Como cada companhia aérea nacional está lidando com diferentes casos no contexto de fechamento de fronteiras
Latam: até o momento, a Latam anunciou através do próprio site a redução em 30% no volume de voos internacionais devido restrições de viagens impostas por alguns governos com o avanço do coronavírus. A medida foi aplicada principalmente para voos da América do Sul à Europa e aos Estados Unidos, entre os dias 1 de abril e 30 de maio de 2020.
É possível reagendar viagens sem multas e sem diferença tarifária entre o Brasil e os seguintes países: Equador, Argentina, Colômbia, Europa, Israel, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Peru.
Se o seu destino for outro país não citado, informe-se diretamente com a companhia. Até o momento é possível realizar alterações de origem ou destino nos demais países sem multa, mas sujeita à diferença tarifária e à validade do bilhete.
Azul: a Azul emitiu comunicado em seu site no dia 15 de março pedindo para que os clientes com fiquem atentos aos canais digitais da empresa.
Tanto para voos internacionais como para voos domésticos, a empresa optou pelo reembolso em forma de crédito com validade de um ano ou alterações de data de viagem com prazos estabelecidos.
Os voos domésticos marcados até o dia 3 de maio poderão ser alterados sem incidência de taxas extras desde que a data limite de viagem seja até o dia 31 de maio. Diferenças tarifárias podem ser cobradas.
Já os voos internacionais previstos para março de 2020 com saída ou chegada em: Lisboa, Porto, Estados Unidos e/ou América do Sul previstos para março de 2020 podem ser alterados ou cancelados. As alterações podem ser usadas, sem taxas, para viagens até 30 de junho de 2020
Gol: viagens nacionais e internacionais até 14 de maio de 2020 podem ser remarcadas ou canceladas. Caso opte pelo cancelamento, o valor dos bilhetes aéreos serão restituídos em forma de crédito na empresa e poderá ser utilizado em um ano a partir da data da compra. Já as remarcações são possíveis para qualquer período dentro de 330 dias a contar da data da compra. Sem taxa de remarcação, o passageiro deve pagar apenas diferença de tarifas entre os bilhetes caso elas existam.
Se você optar pelo reembolso do valor da passagem aérea comprada, saiba que é possível mediante ao pagamento de uma taxa, dependendo da regra da tarifa escolhida no ato da compra.
Avianca: segundo a companhia aérea, os voos nacionais e internacionais com data até 31 de abril podem ter seu itinerário alterado sem penalidades. Após essa data, somente bilhetes adquiridos entre 4 e 31 de março de 2020 podem ser alterados, isentos a multas.
Lembrando que a Avianca considera voos para Colômbia, Equador e Peru como voos domésticos.
Como está sendo adotado o fechamento de fronteiras por cada país
Frente à pandemia, vários países adotaram medidas extremas para garantir a contenção da propagação do vírus. Confira:
Argentina: no domingo, 15 de março, a Argentina anunciou o fechamento das fronteiras do país durante 15 dias. Ninguém poderá entrar no país, exceto argentinos e estrangeiros residentes.
Bolívia: desde o dia 13 de março, está proibida a entrada de passageiros oriundos da China, Coreia, Itália e Espanha no país. Todas as pessoas que chegam do exterior devem fazer um “juramento sanitário” no qual se comprometem a revelar seu estado de saúde e os países que visitaram.
Chile: o governo chileno ordenou que todas as pessoas que chegam de países com um alto número de casos de Covid-19 ficarão em quarentena por 14 dias. O país também fechou todos os seus portos aos cruzeiros que chegariam à região.
Colômbia: o país tem suas fronteiras com a Venezuela fechadas e não permite a entrada de estrangeiros provenientes da Europa e da Ásia. A Colômbia está em estado de emergência sanitária até 30 de março. Está proibida também a entrada de cruzeiros no país.
Paraguai: voos entre Paraguai e Europa estão cancelados até o dia o 26 de março e desde o dia 16 de março as fronteiras do país estão parcialmente fechadas por 15 dias.
Peru: com a população já confinada, o país optou pelo fechamento das fronteiras por 15 dias e suspensão de todos os voos de partida e chegada da Europa e Ásia.
Uruguai: no Uruguai está proibido o desembarque de passageiros e tripulantes de cruzeiros e, para viajantes provenientes de países de risco como, China, Coreia do Sul, Japão, Singapura, Irã, Itália, França e Alemanha, é obrigatória a quarentena de 14 dias após chegada no país
México: até o momento o méxico não se pronunciou sobre fechar suas fronteiras. O país está operando com triagem aleatória de passageiros em voos e cruzeiros internacionais, onde pessoas suspeitas de terem sido infectadas terão que se isolar por duas semanas, conforme estabelecido pelos protocolos da OMS.
Canadá: as fronteiras do Canadá estão fechadas desde o dia 16 de março para todos os viajantes exceto cidadãos americanos e estrangeiros residentes. A ordem é que as companhias aéreas rejeitem todos os viajantes com sintomas do Covid-19.
União Europeia: está proibida a entrada de pessoas no espaço de Schengen por 30 dias como forma de conter a pandemia de coronavírus.
O espaço de Schengen é formado por 22 países, além da Islândia, Noruega, Suíça e Lichtenstein. Reino Unido e Irlanda não fazem parte.
China: a China também adotou medidas restritivas com turistas que desembarcam no aeroporto de Pequim. Todos os viajantes internacionais precisarão ficar em um período de isolamento de 14 dias para evitar a propagação do novo coronavírus.
A medida já estava valendo para estrangeiros provenientes de países mais afetados pela epidemia, como Itália, Coreia do Sul, Irã e Japão, mas foi ampliada devido ao aumento do número de casos em diversos país.
Disparo do câmbio
São muitas as situações que fazem o dólar disparar: crises financeiras, reservas de câmbio, economia dos EUA e por aí vai. Em quase todas elas, incluindo o contexto atual, a lógica de movimentação de moeda é a mesma: mover as ações da bolsa para a moeda mais estável. Frente ao Covid-19, o câmbio disparou por conta do desconhecido. Ninguém sabe ao certo o tamanho da proporção que isso tomará. Logo, começam buscar países com economia mais sólida, para alocarem seu capital, o que eleva o câmbio.
O que fazer com a sua moeda
Por causa de todo esse contexto, muitas pessoas que tiveram suas viagens canceladas ou optaram pelo cancelamento se perguntam o que fazer com a moeda comprada. O ideal é que você venda a moeda se você você não pretende/precisa viajar pelos próximos 10 meses. Muitas pessoas estão tendo lucro na transação em função do câmbio favorável na troca de moeda, gerando lucro.
Eu preciso viajar! E agora?
Se mesmo com toda essa situação você, por algum motivo extraordinário, precisa viajar lembre-se que as empresas de turismo e seguro viagem estão operando com campanhas de alteração de datas/passagens/destinos e fique atento(a) a questões de câmbio de moeda e de Seguro Saúde.
A maioria das seguradoras ainda estão comercializando o Seguro Saúde mas estes não cobrem o Covid-19 e nem permitem acréscimo de cobertura para cancelamento de viagem desde o dia 16 de março de 2020.
Também, fique atento aos protocolos de higienização pessoal e da companhia aérea que você se propôs a viajar.
Orientação de higienização feitas pela Organização Mundial de Saúde
As companhias aéreas foram bastante impactadas pelas consequências do coronavírus, entretanto apresentam uma vantagem sobre a limpeza de outros meios de transportes: normalmente os aviões são equipados com sistemas de ar condicionado com filtros de alta eficiência que renovam o ar a cada 3 minutos e conseguem extrair 99% dos vírus existentes, incluindo o Covid-19.
A Azul está reforçando medidas de higiene, deixando disponíveis kit de proteção para tripulantes com máscaras, luvas e álcool em gel, além de afirmar estar reforçando a limpeza das aeronaves a cada voo e à noite.
A Gol Linhas Aéreas também está disponibilizado álcool em gel para tripulação e passageiros e afirma que a cada parada aplica desinfetantes de uso profissional para a limpeza de assentos, cintos de segurança, apoios de braço, mesinhas, janelas, saídas de ventilação, compartimentos de bagagem, carrinhos de serviço, banheiro e portas, além de reforçar as higienizações das naves no horário da noite.
Além disso, todas as companhias aéreas têm feito um esforço junto com as secretaria de saúde para orientar os passageiros sobre a higienização pessoal a ser feita. Seguem algumas dicas deixadas pela Organização Mundial de Saúde: a orientação é lavar as mãos, parte interna das unhas e braços até a altura do cotovelo com água e sabão; usar álcool gel ou álcool 70% quando não for possível lavar as mãos; limpar as superfícies que vão entrar em contato sempre que possível e espirrar ou tossir em um lenço de papel que deverá ser descartado imediatamente.
Não esqueça de, ao chegar no destino final, trocar de roupa e colocar a roupa da viagem para lavar. Aproveite os kits deixados pelas companhias aéreas para reforçar a proteção e se prevenir do contágio.