O turismo tem sido um dos setores mais prejudicados pelo isolamento social. Em 2019, o setor respondeu sozinho por 8,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo responsável pela geração de 7 milhões de empregos diretos e indiretos. Contudo, entre março e abril de 2020, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o turismo registrou uma queda de 68,1% no crescimento, um dos piores resultados da história. A previsão é que só a partir do início de 2022 o turismo voltará a atingir os níveis de março deste ano.
Após ser duramente impactado pela pandemia da Covid-19, o setor do turismo está lentamente retomando suas atividades no país. Com a perspectiva do final do ano e das altas temperaturas do verão, o Ministério do Turismo lançou em setembro o Plano de Retomada do Turismo, que prevê uma série de ações conjuntas com a iniciativa privada para movimentar o turismo interno dentro dos protocolos de segurança sanitária. O plano, elaborado em parceria com representantes do setor, organiza ações em dois eixos principais: “segurança” e “emprego”.
Mudança do perfil das viagens
Para elaborar o plano, o Ministério do Turismo apostou nas tendências do turismo após os impactos da pandemia. Segundo o órgão, haverá maior interesse no turismo rodoviário, pois o brasileiro irá preferir realizar viagens curtas e regionais, num raio de até 300km, priorizando destinos ao ar livre com acesso à natureza, como o ecoturismo ou as praias. Além disso, o viajante estará mais exigente em relação aos protocolos de higiene nos estabelecimentos e nos transportes.
Ações do plano
Uma das ações previstas no plano é o incentivo ao turismo rodoviário no Brasil, com novas regulamentações. O Governo pretende, por exemplo, promover novas concessões para a administração de rodoviárias interestaduais, intermunicipais e urbanas em todo o país, com a intenção de modernizar a infraestrutura para melhor atender ao turista.
Outra pauta é a revisão da legislação da mobilidade turística e a reestruturação do modelo de visitação dos parques nacionais e estaduais, por meio de concessões à iniciativa privada. O plano também prevê ações com o foco no crescimento do turismo rural e religioso, e investimentos em capacitação por meio do programa “Qualifica Mais Turismo”, que terá cursos em videoaula sobre biossegurança, voltados aos profissionais do turismo.
O Governo também anunciou que, em breve, o MTur lançará o “Selo Turismo Responsável”, destinado aos prestadores de serviços turísticos que cumpram os protocolos sanitários validados pela Anvisa. As pessoas poderão acessar a lista com os estabelecimentos cadastrados no site http://www.turismo.gov.br/seloresponsavel
Fases do plano
Confira a seguir as fases previstas para as ações do Plano de Retomada do Turismo
1ª fase (Proteção): Proteção dos postos de trabalho, realização da campanha Remarque Não Cancele e publicação das MPs 948 (para proteção dos direitos do consumidor) e 936 (disponibilizando crédito para o setor);
2ª fase: (Retomada): Criação do selo Turista Responsável, disponibilização de crédito através do Fungetur para pequenas e médias empresas, além dos 25 mil guias de turismo, lançamento da TV Turismo, capacitação de profissionais através do Qualifica Mais e repasses através da Lei Aldir Blanc (verba de R$ 3 bilhões para apoiar o setor cultural e artístico em três fases: para os trabalhadores do setor, para manutenção dos espaços públicos e para o fomento às promoções);
3ª fase (Incentivo): Incentivo ao turismo rodoviário, concessão de rodoviárias intermunicipais, interestaduais e urbanas, implementação de destinos inteligentes, revisão da legislação e regulamentação relacionadas à mobilidade, estruturação do turismo em parques estaduais e nacionais e incentivo à participação de Estados e do Distrito Federal em eventos que gerem negócios, como a Abav Collab, e a criação de um portal de investimento para o turismo.
4ª fase (promoção): Campanha de turismo nacional com repasse de R$ 13,5 milhões para os Estados (500 mil para cada), promoção de destinos domésticos com a Embratur, retorno do projeto Investe Turismo e ações específicas para os destinos de verão.